quinta-feira, 7 de junho de 2012

NY aos olhos de brasileiros que residem lá!

A cultura do hambúrguer é a única cultura que você pode falar que eles realmente tem consistente em todos os estados da América. Nova York quebra um pouco esse padrão, porém assim mesmo você não consegue assimilar qual é a cultura americana, a não ser a cultura de fazer dinheiro, fazer muito lixo e não se preocupar com o que acontece com o resto do mundo, e ao mesmo tempo eles vão lá tentar cuidar do resto do mundo, a polícia do planeta. (Sérgio, artista plástico – 13 anos em NY)

E eu sinto que tá todo mundo aqui atrás de um sonho, tá todo mundo nessa energia de fazer, de dar o melhor de si, “it’s up to you” (depende de você). E como tá todo mundo nessa energia, eu sinto que essa energia me mobiliza também, assim, é uma energia que te bota pra frente, é uma energia que te convida a dar o melhor de si sempre. (Estrela, atriz – 1 ano e 3 meses em NY)

Não acredito que aqui seja um lugar para encontrar pessoas, acho que aqui é um lugar para encontrar trabalho.
(Paulo, cineasta – 2 anos em NY)

Você tá no centro do mundo, na capital do mundo, e todo mundo aqui tá focado em trabalhar, em acontecer, em fazer parte dessa multidão, mas ao mesmo tempo levar alguma coisa daqui, ou estudando, ou trabalhando. (Fabiano, corretor de imóveis – 20 anos em NY)

Esses são alguns trechos do Nova York Segundo os Brasileiros, programa da Band sobre viagem, neste caso sobre minha amada NYC!
Acima são as frases que me marcaram mais, mas o interessante é assistir o vídeo completo que está no youtube, inclusive os de outras grandes cidade.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Aconteceu

  Acontece que você vai escrever melhor quando não pensar em como vai ficar o texto, as maiores façanhas surgem quando ser bom não era importante, meus melhores textos eu não tomei nota, minhas melhores músicas ficaram no chuveiro. Como nada programado dá certo - me perdoem os organizados – foi um acidente.

5 sentidos e palavras-chave

  Audição: voz e violão. Não quero nada elétrico, peço o som original. Vibração de cordas. Paladar: enchi a boca. Não aqueça, como frio. Sem ondas, sem gás. Visão: sem vultos. E, ao mesmo tempo, da cor que eu quiser que seja. Hipocrisia é manipular o campo de visão. Eu quero enxergar mais, por mais tempo. Tato: macio e áspero. Que me toque. Que eu possa sentir. Que ainda haja sensibilidade. Olfato: exale a essência. Que não seja camuflado. O cheiro que marcou. Respira e Inspira. Inspiração.


                                                                         Bruna Rodrigues


   

sexta-feira, 29 de abril de 2011

madrugada - saudade - lembranças


  Meus olhos estão cansados, é madrugada, a garrafa de água já secou e a cozinha me parece agora o lugar mais longe da Terra. Eu estou escrevendo o que ninguém vai ler, mas essas palavras chegam na ponta da língua e imploram para serem expulsas, viram registro.
  Eu venho falar da saudade, essa tem sido tão recorrente. É um alerta que o tempo passou e está passando, e, bem, quem disse que o mundo pede licença para girar?
  Tantas pessoas já passaram na minha vida, passei por tantas situações, volta e meia me vem uma lembrança fora de contexto na cabeça, algumas me dão vontade de voltar e corrigir, outras me fazem rir sozinha.
  Muita gente fala de querer viver tudo outra vez, eu não, não é disso que eu estou falando, pelo contrário, eu quero viver coisas novas, o que acontece é que pela primeira vez percebo minhas lembranças de modo racional, as lembranças não são racionais, elas chegam espontaneamente, o racional é que agora eu enxergo o que de fato aconteceu e não o que a garota iludida achava que estava acontecendo. 

                                                                                 Bruna Rodrigues

Somos tão diferentes e isso nunca interfiriu no amor que eu sinto por você, miss you

O seu jeito de ser feliz é tão diferente do meu. Eu não seria feliz pelos motivos que você é. Eu sempre fui tão incompreensiva com seus gostos e a maneira generosa com a qual você sempre lidou com isso me faz lembrar de todas as suas qualidades. Se você estiver feliz tudo bem, é o que importa, mas sei lá né.

                                                                                 Bruna Rodrigues

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Eu até poderia falar...

Eu poderia falar dos otimistas
Mas os pessimistas me convencem mais
A luz no fim do túnel existe
Mas nada cai do céu
Eu poderia falar da natureza
Mas eu sou urbano
E isso iria contra minha convivência
Eu poderia falar dos objetos que possuo
Mas o que tem etiqueta nunca terá o valor que atribuem
E o que há de mais verdadeiro não é palpável
Eu poderia até falar do tempo
Mas esse me deixou pra trás
E escorre entre dedos

Sendo tudo
Deixa de ser
Pois para ser tudo
Tem que ter você
E disso eu tenho verbos para falar

Eu poderia falar dos que tem fé
Mas essa tem múltiplas interpretações
E eu sou de um Deus só
Eu poderia falar das teorias
Mas eu erro todo dia por subestimar a prática
Eu poderia falar da paisagem
Mas já vi melhores
E pintei com mais cores
Eu poderia até falar das amizades
Mas essa eu reconheci no silêncio
E foram construídas nesse passo
Sem segredos

Sendo tudo
Deixa de ser
Pois para ser tudo
Tem que ter você
E disso eu tenho verbos para falar

Eu poderia falar do noticiário
Que não contempla nada de que eu possa me orgulhar
Mas a sujeira vai muito além das páginas que toquei
Eu poderia falar do crescimento do país
Mas a nação é enganada
E eu não jogo futebol
Eu poderia falar do meu emprego
Mas eu não sei se estou na profissão certa
E nem tenho espírito empreendedor
Eu poderia até falar dos ditados
Do senso comum
Mas o folclore perdeu sua inocência

Sendo tudo
Deixa de ser
Pois para ser tudo
Tem que ter você
E disso eu tenho verbos para falar

                                                                            Bruna Rodrigues

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Série - Cap. 2: Breve Ausência Para Namorico

  Lembro de uma vez em que Leandro arrumou uma namoradinha, ela era tão magra quanto ele, eu sempre contava os ossos da costela dela quando ia entregar os bilhetinhos e presentinhos cortejantes que meu irmão mandava. Eles tinham a mesma idade só no papel, ele já percebia mais o mundo, enxergava mais longe. Ganhava na experiência também, havia beijado todas as vizinhas, porém com essa Mariana era diferente, ele prolongou mais, suspeito eu que o motivo era a curiosidade. Ele era curioso pela pureza dela e ela pela malícia dele.
  Eu sempre quis saber o que ele falava para tirar tantos sorrisos daquela menina, devia existir estratégia naquilo, Leandro sempre traçou planos para tudo. Pensando bem, talvez não fosse o caso, parecia embalado de naturalidade e sem cartas na manga, definitivamente desarmado.
  Os amigos percebiam a diferença, o seu fim de tarde já não era para empinar pipa, não eram mais os seus chinelos remendados que serviam como a trave do gol e nada de comparecer as reuniões do grupinho da rua, a liderança do grupo não interessava e ser capitão agora só do coração da Mariana. Sua ausência para os meninos era sinônimo de presença para a sua menina.
  Os dois apaixonados de pouca idade esqueciam da hora, ela preocupava a mãe e ele se atrasava pro jantar. Caminhavam sem perceber quantos passos na areia deixavam para trás, as canelas só lembravam de doer à noitinha e então lembravam um do outro, das mãos dadas timidamente e das caminhadas sem destino que eram úteis para a coleção de conchas que estavam fazendo juntos, já compartilhavam muita coisa, pretendiam construir castelos de areia impecáveis e pescar peixes coloridos para nomear e exibir aos outros.
  O que sei do término desse amor de infância é que Leandro voltou a liderar o grupo, a ser capitão do time e ter as pipas mais bonitas. As coleções foram pro lixo e Mariana demorou mais que Leandro para se aventurar em outro namoro.

                                                                                   Bruna Rodrigues